terça-feira, 14 de julho de 2015

A-mar Remoto...

Toquei teus lábios como quem colhe 
a mais delicada e rara flor.
Reguei cada pétala extraída,
Beijei a boca da liberdade!
Divaguei...
A seda do teu cabelo me abiu as portas
dum paraíso perdido. 
Adentrei devagar...
Me dediquei à cada fio,
Alinhei cada promessa,
Demorei o máximo que pude...
Mas minhas mãos não se saciaram
E ultrapassaram os limites
do que se chamava amizade.
Nesse exato momento, tudo mudou.
Precisei me despir...
de tantos pré - conceitos!
Desnuda, meu olhar te penetrou.
Mergulhei no desconhecido,
Afundei nas profundezas 
dum A-Mar sem fim...
Me perdi na maciez da tua pele,
Naveguei...
Desnorteada, segui meus instintos
de Mulher...
Teu corpo era Oceano reconhecido,
Adormecido...
Pude ir longe,
Embora com medo de perder o leme.
O comando passou a ser teu!
Tua boca fez meu corpo intumescer...
Tsunami de prazer!
Nossos corpos se tornaram ondas tempestuosas,
Esbarrando-se Incessantemente 
 Num indecifrável fundir d'águas. 
Propagamos gemidos ao vento,
Juntas, agitamos a terra,
Tocamos o céu!
Nos agigantamos,
E, gentilmente, gritamos ao mundo o clímax do fim.

(Renata Nunes)








Um comentário:

Carlos disse...

Uma das coisa mais significativas e raras que a internet pode oferecer é de, vez por outro, no meio do entulho virtual, encontrar pérlas que brilham aqui e ali e que transforma o banal em mágico encanto. Parabéns, + Renata Nunes, por tamanho oceano de sensibilidade.... Acredito que esta harpa não tenha se afinado sem passar por momentos dificeis... Mas afinal, como dizia Rubem Alves, qual pérola que surge de uma ostra feliz? Continue a escrever essas coisas lindas que vc posta aqui,,,,