Sim, meu insano Chapeleiro, Alice não entende sua própria mente!
Como poderia, se nada tem sentido
- Se tudo o que é, não é! -
Nesse mundo tão dela?
Até eu ando precisando de um chá!
De repente, estou sóbria em excesso...
Isso deveria ser bom, mas não é!
Meu cérebro deve ter caído junto ao teu,
Hoje me dei conta do dia, hora, mês e ano.
Meu mundo está ao contrário, nada insano!
Preciso parar no tempo.
Como convencê-lo, meu brilhante Chapeleiro?
Sim, preciso de mais chá!
Quero esquecer o relógio,
Esse eterno tic, tac da mente.
Um bom Des-aniversário! Pra mim? Sim, Sim!
Hoje não é meu aniversário,
Vamos comemorar!
Aceito mais chá, por favor.
Chá de quê, por sinal?
Não importa, deve ser muito eficaz,
Funciona e me dá paz.
Já nem lembro mais que horas são!
Ah, meu doce Chapeleiro,
Como são deliciosas as horas,
Essas mesmas que não passam
E se demoram...
Eu nem gosto de chá, acredita?
Mas tudo ficou tão menor, ausente...
Sinto-me um gigante!
Que doidice!
Por onde anda Alice?
Deve estar perdida e, nesse caso, não se preocupe,
Ela está bem.
É preciso se perder para se encontrar.
Fala-me sobre o corvo.
Qual é a resposta?
Não sabe?
Acho que você diz não saber (nega-se a saber!),
A resposta deve estar no fundo dessa cartola.
Sabe o corvo? Ele me lembra a morte...
Sirva-me mais chá, por favor!
Minhas pupilas precisam estar ainda mais dilatadas.
É necessário ver o nebuloso para enxergar o corvo...
Delícia de chá! De quê é feito mesmo?
O corvo é mensageiro da morte.
E eu não estou contando nada que você já não saiba!
Através do corvo ou da escrivaninha podemos nos comunicar com o além...
Oh, agora percebo, você está certo!
Melhor não saber, não lembrar e negar...
Devia ter me dito antes.
Esquece o Corvo!
Estamos presos no mesmo tempo há quase 24 horas...
Não vamos mais pensar!
Vamos tomar chá!
(Renata Nunes)
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