Espera!
Preciso seguir o coelho,
Ele corre, tem pressa,
Anda atrasado para algo importante.
Rápido!
Rápido!
A toca do coelho...
Minha frenética passagem para o sub mundo...
Estou caindo.
O buraco é fundo, negro.
E tudo o que vejo está ao avesso,
Desavesso do que é estranho.
A queda dói mas reconstrói,
E, assim, o impossível acontece!
Onde está o coelho branco?
Onde estou?
E os gêmeos? Uma louca dualidade!
Depressa, é Hora do chá!
Muito inglês para a minha realidade!
Prefiro café, Vrááá!
Mas o "chá" revelou uma data comemorativa mágica, nova:
Meu des-aniversário!
Comemorar todos os dias...
Ah, meu excêntrico Chapeleiro,
Meu melhor amigo,
Se todas as pessoas fossem iguais a você
O mundo seria mais belo, criativo e sincero.
Seria melhor - Bipolar!
Maluco... Maluquinho!
Já te falei que as melhores pessoas são assim?
Mas é preciso ter pressa!
Sabe-se lá para quê!
Tempo, tempo, tempo...
Que coelho doido!
Tantas perguntas sem respostas:
Quem és tu?
Eu? Não sei, minha lisérgica lagarta azul...
Continua fumando teu narguilé sobre teu cogumelo.
Eu tenho pressa.
Feliz des-aniversário para você!
Para mim, também!
Que coincidência, não acha?
Ando confusa...
Um gato anda a me desorientar...
Pensando bem, para quem não tem noção de onde ir,
Qualquer caminho há de servir!
Escolhendo este: COMA-ME!
Optando pelo outro: BEBA-ME!
Não existe saída,
É alucinante!
Num mundo de loucos, há que ser louco, você há de convir!
E o coelho?
Fugindo de quê? De quem?
Realidade?
Faz-me lembrar: há tempo para acordar!
Nunca o encontrarei...
Ele me leva ao portal...
Seu relógio - rígido e exigente - chega a ser mortal.
É preciso morrer para despertar...
Oh, minha tirana rainha de copas!
Sim, ordena pintar todas as rosas,
Que fiquem Vermelhas...
Manda tingir de sangue!
Ser contrária à ingenuidade do branco,
do coelho...
O coelho!
Até quando ele acha que consegue?
Viver apressadamente,
Ensandecidamente!
Ando cansada,
Dormente...
Não consigo mais pensar!
Por isso, imploro,
Aponta-me o dedo soberano, rapidamente,
Faz-te ouvir e grita incessantemente:
CORTEM-LHE A CABEÇA!
(Renata Nunes)
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