domingo, 12 de julho de 2015

Nossa Despedida.

Adeus!

Palavras silenciosas e sorrateiras
Declararam nosso fim.
Palavras politicamente corretas,
Terrivelmente espiritualizadas...
Altamente contestáveis!
Detestáveis!

Adeus...

Nunca uma palavra encerrou tão abruptamente um texto.
Encarcerou um mundo só meu...
Uma dor inefável invadiu algumas poucas certezas,
O indelével desmoronou,
Um lento ruir renasceu
Das cinzas do que era considerado "Eu".

Adeus,

Me condena!
Eis minha insuportável e satânica sentença:
Esquecer ou Enlouquecer!
Quisera não chorar, não sangrar,
Enfim, me libertar,
Deixar-te ir...
Mas... Levitar e não te encontrar,
Seria, de fato, sonhar?

Ah, Deus,
Por quê?
Se tudo tem um motivo nessa vida
Permite-me enxergar um feixe de luz...
E estenderei minha mão!
Me conduz...
Já desejo uma passagem só de ida,
Um nunca mais voltar!
Eis minha única e derradeira súplica:
Prefiro a completa e lancinante insanidade,
A mais perfeita e tórrida tempestade
À realidade de quem arde e queima pois deseja...
À metade de quem insiste e teima porque Ama...

(Renata Nunes)



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