Somente por hoje não consegui vencer a dor.
Agora, precisarei sentir todos os infindos segundos
Dessas eternas 24 horas inacabadas.
Eu choro, tenho ódio!
De mim...
Expectativas recriadas são as piores!
Seres ansiosos como eu,
Na grande maioria das vezes, não conseguem evitá-las!
Desejo sumir, desaparecer, esquecer,
Me abandonar...
Ir a qualquer outro lugar,
Que não seja dentro de mim...
Aqui o inverno não acaba,
Os tremores não passam,
Os meu gritos congelam.
Sequer consigo gemer...
Acordei pensando que era um ser importante na vida de alguém,
De repente, não mais que de repente,
A estação mudou!
O frio me faz estremecer...
Sim, somente por hoje, eu me odeio!
Mais uma vez sinto o desmoronar das minhas insanas maravilhas.
Sequer posso me refugiar em Wonderland!
O portal não está aberto...
Não agora. Só posso adentrar quando hoje já for amanhã,
Nem mais, nem menos.
Sim, tem um momento certo para viajar!
Por ora, resta-me chorar!
Chorar, chorar, chorar...
Tentar não me afogar, não me recriminar!
Carrego o peso da culpa por ser Eu...
Isso ainda me matará.
Somente por hoje, eu estou aprisionada.
Imensamente angustiada, desnorteada, exasperada,
Semblante fechado,
Trancafiado num mundo nublado.
Somente por hoje preciso me aguentar...
Hoje... Somente por hoje.
Amanhã?
Está muito longe ainda,
Prefiro não pensar!
Não posso, não entende?
Se começar a pensar em amanhã, não vivo o hoje,
Tenho uma crise por causa da ânsia,
Pode até ser pior!
Deixa a dor me dominar por hoje.
Que seja!
Que sinta tudo ao extremo,
Que seja no meu descontrole exagero,
Que me transforme num total desespero!
Que seja...
Não me importo mais...
Quem sabe, com o correr das horas,
Com a visão de mais 24 horas pela frente,
Esteja tão dormente que reencontre o portal para Wonderland!
Sim, lá eu sou feliz...
Por hoje... Somente por hoje, sou o pior que posso encontrar!
Nem o espelho ouso encarar.
Me nego! Não quero afrontar meu pior pesadelo...
Tenho Medo, muito Medo...
Às vezes, acho que era melhor enlouquecer,
Talvez, dessa forma, pudesse não lembrar:
Da dor cósmica da melancolia,
Dessa negra e surda melodia,
De tudo o que dela resulta e corrói...
Destrói.
Somente por hoje!
Amanhã? Talvez...
Ah, não me force a pensar!
Por favor, eu sei que o hoje, uma hora, vai acabar!
Mais cedo ou mais tarde, quem sabe,
Terei um novo dia, uma nova oportunidade,
Sentirei o som duma nova melodia.
Talvez até mesmo o Sol apareça,
E faça secar minhas lágrimas,
E deixe o rio levar minhas detestáveis lástimas.
Talvez me faça enxergar novas cores,
Um arco-íris, quem sabe?
Sim, Amanhã, pode ser um novo dia!
Pelas próximas 24 horas, urgentemente, por favor!
(Renata Nunes)
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