Sei que você também tem problemas emocionais!
Ou não estaria aqui...
É preciso ser louco para habitar Wonderland.
Além disso, sua cabeça é bem estranha...
Tem algo errado com ela!
Vou despejar minha ira em você!
Tenho raiva dessa tirania castradora.
Odeio repressão!
E você ainda ousa governar seus súditos através do medo!
Será que realmente acredita que é melhor ser temida a ser amada?
Eu sei, você liderava Wonderland sozinha,
Anda inconformada com minha presença,
Minha sutil interferência...
Sim, posso ser intolerável!
Vou te contar um segredo:
Só existem dois caminhos para a autoridade,
Ou ela é obedecida,
Ou deve ser radicalmente derrubada!
O que achas?
Para começar, as rosas floresceram brancas,
Pintá-las de vermelho é um absurdo!
Que abuso!
Que abuso!
Não percebe que teu mundo é uma enorme mentira?
Tudo mascarado - tanto quanto essas rosas pintadas de vermelho...
E ainda ousa apontar-me o dedo,
Com o intuito de me condenar?
Estou sendo acusada de quê mesmo?
Qual crime cometi?
Não acha que já me culpo o suficiente?
Sou culpada, sim, mas não pelo que me acusas.
A culpa que carrego está na loucura...
Talvez nem devesse ter nascido.
Nascer uma única vez e ser louca!
Ora, onde já se viu tamanho disparate?
Travo árduas batalhas diuturnamente,
Estou cansada, mas revoltada!
Meus monstros internos me sondam,
Me perseguem...
Já não basta que os tenha que encarar diariamente?
E agora vem você...
Afinal, quem és tu?
Esse sonho é meu!
Vou tomar as rédeas desse mundo tão meu...
Wonderland não te pertence!
Não queira agora acabar com meu próprio devaneio!
Eu que te acuso:
És culpada de desgraçar minha fantasia,
De me perturbar com teus enganos,
De me tirar os alucinógenos!
És culpada, principalmente, de querer que veja a realidade.
Desculpe-me! Não a quero!
Deixe-a em seu devido lugar.
Em Wonderland posso ser Eu!
Lá fora vivo aprisionada, sou torturada!
E agora desejas que seja condenada?
Faz-me rir, minha fingida Rainha!
Não preciso de mais um tormento.
Já tenho uma mente louquinha!
- Torta -
Sua insana invejosa!
Junta tudo o que é vermelho,
Se for preciso, Doa teu sangue,
E sai!
Sai, antes que também comece a gritar:
CORTEM-LHE A CABEÇA!
Por sinal, por onde anda meu amigo?
Meu fiel Chapeleiro...
Meu fiel Chapeleiro...
Deve ser hora do Chá!
É tarde, É tarde,
É tarde, muito tarde.
Preciso ir!
Tenho um compromisso bastante importante.
Necessito de um Chá!
Vou-me, e quando voltar, não desejo te encontrar!
Retornarei outra!
Mas continuarei sendo a mesma Alice...
Cuidado, mando te decepar!
Oh, meu doce Chapeleiro,
Dá-me o Chá,
Embaça-me o olhar...
Não aguento enxergar o real,
Por isso, criei esse mundo onde tudo o que é, não é!
E vem essa insana Rainha,
Querer acabar com meu mundo.
Não vou deixar:
ABAIXO À TIRANIA!
Obrigada, meu amigo,
Sinto-me bem melhor agora...
Bebo à conta gotas...
Do quê esse Chá é feito?
Deixa, não se faz necessário saber!
Esse deve ser teu mais confinado e aliciador segredo.
És confiável.
És confiável.
Tomemos mais Chá, meu Bipolar Chapeleiro!
E estaremos livres,
Esquecidos, viajados, alucinados,
Esquecidos, viajados, alucinados,
Enfim, Libertos para voar...
Sequer lembro por qual motivo enraiveci.
Só restam resquícios duma guerra Vermelha...
Será que enlouqueci?
Não, isto não seria coerente,
Caso contrário, me sentiria arrefecer...
E esse Chá... Tem o poder de aquecer,
Fazer-me sonhar, delirar...
Já perguntei o que usa para fazê-lo?
Ah, como o mundo se transforma quando estou ao teu lado!
És meu confidente,
O mais forte ansiolítico...
Sim, meu devotado Chapeleiro,
Esse mundo jamais seria o mesmo sem você!
Talvez sequer existisse sem nossa estranha e encantadora
Maluquice!
Oh, claro, tomemos mais uma dose de Chá!
Sequer lembro por qual motivo enraiveci.
Só restam resquícios duma guerra Vermelha...
Será que enlouqueci?
Não, isto não seria coerente,
Caso contrário, me sentiria arrefecer...
E esse Chá... Tem o poder de aquecer,
Fazer-me sonhar, delirar...
Já perguntei o que usa para fazê-lo?
Ah, como o mundo se transforma quando estou ao teu lado!
És meu confidente,
O mais forte ansiolítico...
Sim, meu devotado Chapeleiro,
Esse mundo jamais seria o mesmo sem você!
Talvez sequer existisse sem nossa estranha e encantadora
Maluquice!
Oh, claro, tomemos mais uma dose de Chá!
(Renata Nunes)
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