Somente por hoje espero poder desacelerar a mente,
Deixá-la anestesiada, entorpecida,
Dormente.
Difícil é frear pensamentos: mil por milésimo de segundo!
Às vezes é preciso me abandonar,
Me desocupar,
Fazer de mim um deserto e sair!
Fugir dessa louca mente...
Somente por hoje espero não desistir de mim;
Espero lembrar que alguns sintomas passam
E eles não me levarão à morte precoce:
Aceleração cardíaca, tremores, dormência, confusão, pensamento rápido,
Estranhamento de Ser e Estar num mundo onde a morte me sonda...
Dentre tantas fobias e medos, o pior:
O Medo de morrer ou sobreviver para enlouquecer...
Somente por hoje espero não desistir de mim;
Espero lembrar que alguns sintomas passam
E eles não me levarão à morte precoce:
Aceleração cardíaca, tremores, dormência, confusão, pensamento rápido,
Estranhamento de Ser e Estar num mundo onde a morte me sonda...
Dentre tantas fobias e medos, o pior:
O Medo de morrer ou sobreviver para enlouquecer...
Somente por mais 24 horas...
Que eu seja a pessoa mais importante da minha vida,
Que, esta, seja vivida no hoje!
Que o passado esteja embaçado para que não o veja...
Quando enclausurada no passado,
A culpa me tortura, martiriza...
A depressão me entreva, me deixa muda.
Que o futuro nem exista!
Não posso me dar ao luxo de pensar em amanhã!
Amanhã pode nem existir
Ou pode ser tarde demais pois não poderei voltar atrás!
Quando o futuro habito,
Vivo a ânsia do desconhecido,
A angústia da ignorância,
Sinto o desconforto, o enjoo, a agonia
Do pânico e todas as minhas fobias...
24 horas...
Parece tão pouco, não é?
Para mim, é uma eternidade...
Então, eu suplico:
Somente por hoje quero e preciso sentir paz!
Sim, sou dependente!
Dependente de tudo o que é deprimente;
Da dor cósmica, da alma latejante,
Da melancolia que me torna inoperante,
Até da má sorte!
Mas, alguns dias, consigo lidar com meus próprios demônios,
E, nesses dias, vivo um "Eu" diferente.
Meu "não-eu" também é persistente!
Resiste às minhas quedas
E levanta os olhos para o bem que ainda há na terra.
No final de dias como esse,
A insônia sente o efeito da tarja preta,
Consigo adormecer e sonhar.
Depois, só preciso encarar mais 24 horas...
A luta é árdua!
É injusta: é contra uma parte soberana de mim!
É longa: não há trégua por um minuto sequer!
Mas é válida quando ainda se tem um motivo para sobreviver...
Sim, eu ainda sinto o querer estar em mim,
Ainda sinto...
E, sinto muito, mas preciso entardecer,
Pôr meu "sol negro" para dormir,
Por isso, preciso ir!
Que hoje eu consiga viver meu dia,
Minhas longas e exaustivas 24 horas...
E, que, esgotada, adormeça entorpecida,
Esquecida:
Das próximas e eternas 24 horas da minha vida!
(Renata Nunes)
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