I’m not a perfect person...
Estou
longe de ser uma pessoa perfeita. Me divido entre sanidade e insanidade... Na
verdade, ninguém tem noção do que realmente vivo aqui dentro. Síndrome do
Pânico e Depressão podem devastar uma existência, mas eu resisto e luto com
armas redescobertas a cada dia. Sempre tive esse “eu” melancólico, em
compensação, meu “não-eu” sempre foi o oposto: livre, leve, transparente...
Ninguém consegue ter a noção exata do que sou, poucas pessoas se interessam de
fato a me descobrir e entender. Menos pessoas ainda integram a minha alma...
Estou em tratamento há quase um ano e confesso: é ainda muito difícil já que
sabemos não ter cura, apenas controle... E controlar tudo isso é um trabalho
diário, ou melhor, é um trabalho mental a cada novo pensamento. Eu? Felizmente posso
dizer o quanto já estou melhor, embora esse trabalho tenha que ser mantido até
o final dos meus dias. Por isso, e por tantas outras coisas, as pessoas terão
sempre receio de pessoas como eu. Fragilidade aparente. Vejo todos os que, como
eu, estão nessa luta como seres bravos, corajosos e fortes. A menos que você
passe por isso, não será capaz de ter a real noção do que vivemos. Quase não tenho
mais pensamentos negativos, não os alimento... Minha mente já está educada,
pois se renova a cada novo amanhecer. Tive a felicidade de encontrar pessoas e blogs
que muito me ajudaram nessa batalha, então, como forma de agradecimento, aqui
estou eu para mostrar que tudo tem um lado bom nessa vida. Então, já que não
posso me transformar em outra pessoa (e nem eu gostaria), ou seja, já que não
posso negar esse “eu” melancólico, tento transformar tudo isso em algo bom,
transformo essa dor em poesia... Confesso, não há nada melhor que isso. Escrever
significa me libertar, mais ainda, significa direcionar a energia emanada para
um belo fim. Se este fim será compreendido por todos ou se agradará a todas as
pessoas? Lógico que não! Longe disso, poucos serão capazes de me alcançar
através do que escrevo, porém, permito-me reconhecer: este é um trabalho que
dignifica, purifica e liberta, então, faço principalmente para mim. Egoísmo?Não...
Tenho certeza que ninguém gostaria de algo que nem eu gostasse! Admiro o que
faço, pois sei que cada linha escrita guarda um pouco da libertação da minha
alma. Não tenho muitos sonhos, mas os poucos que tenho, trabalharei muito para
realizar. No entanto, antes de tudo, quero apenas uma coisa: encontrar a minha
paz espiritual – COME WHAT MAY...
(Renata Nunes)
Um comentário:
muito eu
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