Registros de uma Saudade
Inominável – O Avesso...
Acordo. Ainda não é noite e acordo... Sinto a gelidez do ar tocando meu corpo, acariciando meus cabelos, deslizando minha pele... Suspiro. A minha visão alcança cenas sem cores, parques sem flores, horizontes sem sóis por inefáveis dores. Sobreviver ainda é uma agonia indecifrável... Contrária ao ambiente no qual se encontra, insistentes lágrimas ousam tentar aquecer uma alma, aquietar uma existência (consolo de quem sofre?). Oceanos são despejados... Minha boca sente o gosto amargo de cada gota gentilmente derramada, o gosto adocicado de cada gole de vinho longamente ingerido, o gosto do beijo inimigo e intoxicado que trago...
Respiro... Logo, existo? Uma existência sem cor, sem brilho, sem perfume, sem Vida! Desde quando me roubaste a juventude? A partir de que momento, tu deixaste de desejar a dócil carne agora dilacerada? Em que verso me perdi? Meu rosto é o reflexo da dor. Dor cósmica de um ser melancólico que da morte vive... Recordar é sobreviver. Sobreviver é ter um “eu” contido, reprimido, eternamente exilado... “Eu” aprisionado no passado, acorrentado na presente angústia de “não-ser”, sem nenhum futuro para temer...
Quisera poder voltar àquele tempo sem responsabilidade, sem tanta malícia, sem tanta maldade onde podíamos sonhar sem machucar, sem maltratar, sem matar. Morte de sonhos, morte de ideais, morte de uma vida com você... Embora continues sendo a própria vida habitando em mim, permaneço estática, dormente, inerte... Ao mesmo tempo, saber-te vagar em meus ensandecidos delírios, significa para todo o sempre ter a imensidão da vida na alma, significa ter vida, ainda que seja em forma de delírio – dos incontidos reflexos dessa saudade inominável...
Acordo. Ainda não é noite e acordo... Sinto a gelidez do ar tocando meu corpo, acariciando meus cabelos, deslizando minha pele... Suspiro. A minha visão alcança cenas sem cores, parques sem flores, horizontes sem sóis por inefáveis dores. Sobreviver ainda é uma agonia indecifrável... Contrária ao ambiente no qual se encontra, insistentes lágrimas ousam tentar aquecer uma alma, aquietar uma existência (consolo de quem sofre?). Oceanos são despejados... Minha boca sente o gosto amargo de cada gota gentilmente derramada, o gosto adocicado de cada gole de vinho longamente ingerido, o gosto do beijo inimigo e intoxicado que trago...
Respiro... Logo, existo? Uma existência sem cor, sem brilho, sem perfume, sem Vida! Desde quando me roubaste a juventude? A partir de que momento, tu deixaste de desejar a dócil carne agora dilacerada? Em que verso me perdi? Meu rosto é o reflexo da dor. Dor cósmica de um ser melancólico que da morte vive... Recordar é sobreviver. Sobreviver é ter um “eu” contido, reprimido, eternamente exilado... “Eu” aprisionado no passado, acorrentado na presente angústia de “não-ser”, sem nenhum futuro para temer...
Quisera poder voltar àquele tempo sem responsabilidade, sem tanta malícia, sem tanta maldade onde podíamos sonhar sem machucar, sem maltratar, sem matar. Morte de sonhos, morte de ideais, morte de uma vida com você... Embora continues sendo a própria vida habitando em mim, permaneço estática, dormente, inerte... Ao mesmo tempo, saber-te vagar em meus ensandecidos delírios, significa para todo o sempre ter a imensidão da vida na alma, significa ter vida, ainda que seja em forma de delírio – dos incontidos reflexos dessa saudade inominável...
(Renata Nunes)
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