Despi-me
de meu próprio corpo e fui.
Como
pétalas de Dentes de Leão,
Deixei-me
levar, voar...
O
vento foi meu guia
– Meu
Elemento: Ar! –
Estavas
entorpecida... Belamente adormecida!
Sorri...
Sempre sorrio para você!
Meus
olhos pousaram em teu corpo despido,
Perfeitamente
esculpido,
Levei
uma eternidade nesse admirar-te!
Até
que, seja pela suave brisa que te tocava,
Ou
pelos olhos famintos que queriam devorar-te,
Enfim,
teus olhos fixaram os meus...
Sorri,
Estendi
a mão,
Estremeci
ao leve toque da tua pele na minha...
Embora
trêmula, te conduzi...
Através
do Espelho
– Reflexo
de campos floridos –
Adentramos
em nosso Jardim Secreto...
Som
ambiente? A Natureza em movimento!
Estávamos
encantadas com tamanha beleza,
Tudo
ao nosso redor era tão perfeito, discreto...
Foi
indescritível ver-te a favor do vento...
Cabelos
soltos, revoltos...
Minhas
mãos não resistiram,
Tentei,
em vão, alinhá-los,
Mas
o vento soprava forte neste momento.
Ou
era Eu? Ar virando tempestade?
E
foi com a leveza do Ar que meus lábios tocaram tua mão,
– Carícia
de quem Ama –
Meus
lábios percorreram suavemente teu abraço,
Teus
cabelos, teu rosto,
Tua
boca!
Ah,
esse encontro foi mágico...
Fechei
os olhos e sorri no teu sorriso.
Nossas
bocas bailaram no ritmo do Ar...
Dançaram,
rodopiaram ao som da mais bela canção,
Nas
batidas dum só coração!
Eternizamos
um beijo arduamente desejado.
Abri
os olhos e te olhei tão de perto,
Que me
enxerguei inteirinha em você.
Eis
que o Ar soprou mais forte,
E
acendeu as chamas dum Fogo adormecido!
Ar e
Fogo... Fogo e Ar?
Não
importa! A ordem é só uma: Amar...
Minha
pele estremeceu, pegou fogo!
Seios
se tocando, mãos me apertando, bocas beijando...
Estávamos
Voando!
A
lua sorriu e nos presenteou com a luminosidade das estrelas,
Sim,
fomos ao céu, meu amor!
És
linda! Perfeição da Natureza...
Minha
boca sorriu em cada parte do teu corpo,
Meus
cílios te acariciaram inteira,
Sofregamente,
Ensandecidamente!
Estávamos
Loucas! Louquinhas...
O
Fogo, as Chamas crepitando...
O Ar
alimentando...
Explodimos
de prazer!
Ah,
como é bom viver!
O
fogo nos fez derreter, nos transformou num só corpo.
Corpos
colados, inseparáveis...
O Ar
nos fez delirar...
“Começo,
Meio e Fim” – Inexistência em desvarios intermináveis.
Fizemos
da Eternidade o nosso momento.
Não,
não paramos,
Somos
Insaciáveis!
Aprisionamo-nos
na Ânsia de Amar
Em
excesso!
Perdemos
a hora, nos abandonamos num paraíso só nosso...
Ah,
como é bom Morrer de Amor e continuar vivendo!
Vou
te contar um segredo:
Tempo
e Distância jamais me impedirão de te Amar...
Quando
a luz dum novo dia tocou minha alma,
Voltei
ao corpo (inundado e estremecido),
Meus
olhos abriram vagarosamente...
Senti
teu cheiro no Ar,
Fechei
os olhos instantaneamente!
Sorri...
Ah,
como é bom sonhar!
(Renata
Nunes)
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