sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Fogo e Ar - Amar!

Despi-me de meu próprio corpo e fui.
Como pétalas de Dentes de Leão,
Deixei-me levar, voar...
O vento foi meu guia
– Meu Elemento: Ar! –
Estavas entorpecida... Belamente adormecida!
Sorri... Sempre sorrio para você!
Meus olhos pousaram em teu corpo despido,
Perfeitamente esculpido,
Levei uma eternidade nesse admirar-te!
Até que, seja pela suave brisa que te tocava,
Ou pelos olhos famintos que queriam devorar-te,
Enfim, teus olhos fixaram os meus...
Sorri,
Estendi a mão,
Estremeci ao leve toque da tua pele na minha...
Embora trêmula, te conduzi...
Através do Espelho
– Reflexo de campos floridos –
Adentramos em nosso Jardim Secreto...
Som ambiente? A Natureza em movimento!
Estávamos encantadas com tamanha beleza,
Tudo ao nosso redor era tão perfeito, discreto...
Foi indescritível ver-te a favor do vento...
Cabelos soltos, revoltos...
Minhas mãos não resistiram,
Tentei, em vão, alinhá-los,
Mas o vento soprava forte neste momento.
Ou era Eu? Ar virando tempestade?
E foi com a leveza do Ar que meus lábios tocaram tua mão,
– Carícia de quem Ama –
Meus lábios percorreram suavemente teu abraço,
Teus cabelos, teu rosto,
Tua boca!
Ah, esse encontro foi mágico...
Fechei os olhos e sorri no teu sorriso.
Nossas bocas bailaram no ritmo do Ar...
Dançaram, rodopiaram ao som da mais bela canção,
Nas batidas dum só coração!
Eternizamos um beijo arduamente desejado.
Abri os olhos e te olhei tão de perto,
Que me enxerguei inteirinha em você.
Eis que o Ar soprou mais forte,
E acendeu as chamas dum Fogo adormecido!
Ar e Fogo... Fogo e Ar?
Não importa! A ordem é só uma: Amar...
Minha pele estremeceu, pegou fogo!
Seios se tocando, mãos me apertando, bocas beijando...
Estávamos Voando!
A lua sorriu e nos presenteou com a luminosidade das estrelas,
Sim, fomos ao céu, meu amor!
És linda! Perfeição da Natureza...
Minha boca sorriu em cada parte do teu corpo,
Meus cílios te acariciaram inteira,
Sofregamente, Ensandecidamente!
Estávamos Loucas! Louquinhas...
O Fogo, as Chamas crepitando...
O Ar alimentando...
Explodimos de prazer!
Ah, como é bom viver!
O fogo nos fez derreter, nos transformou num só corpo.
Corpos colados, inseparáveis...
O Ar nos fez delirar...
“Começo, Meio e Fim” – Inexistência em desvarios intermináveis.
Fizemos da Eternidade o nosso momento.
Não, não paramos,
Somos Insaciáveis!
Aprisionamo-nos na Ânsia de Amar
Em excesso!
Perdemos a hora, nos abandonamos num paraíso só nosso...
Ah, como é bom Morrer de Amor e continuar vivendo!
Vou te contar um segredo:
Tempo e Distância jamais me impedirão de te Amar...
Quando a luz dum novo dia tocou minha alma,
Voltei ao corpo (inundado e estremecido),
Meus olhos abriram vagarosamente...
Senti teu cheiro no Ar,
Fechei os olhos instantaneamente!
Sorri...
Ah, como é bom sonhar!



(Renata Nunes)

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