Ah, meu irrequieto Coelho Branco,
Por qual motivo tanto me torturas,
Levando-me à loucura,
Fazendo-me do tempo lembrar?
Oh, seja franco!
Quem és tu, afinal?
Não, evito pensar! E...
Odeio relógios!
Eles sempre fazem a hora passar.
Rápido, muito rápido,
Tanto, que torna-se tarde...
Hora de remédio, Hora de dormir, Hora de despertar, Hora de voltar...
Ora! Que coisa!
Tanto compromisso para lembrar!
Não... Eu não quero!
Se eu fosse a rainha, andaria a gritar:
Quebrem todos os relógios!
Quem sabe assim poderia parar, perdida nas horas...
E não haveria tempo para recordar.
O que é o tempo?
Anda, responde!
Sabes o que ele representa?
Para você, um atraso, com certeza!
Vive apressado, correndo como louco...
Para mim... Calma! Vou te contar,
Em segredo:
O tempo é o algoz que me aprisiona,
Nesta inútil e insensata realidade,
Sim, prefiro a Insanidade!
Então, por favor, eu suplico:
Se queres fazer parte desse mundo tão meu,
Abandona a Hora...
Transforma-te em eternos segundos!
É tão mais mágico... Prender-se ao Agora!
Vem comigo,
A pressa é inimiga do coração!
Vamos nos libertar!
Sim, nesse caso, precisamos dum certo Chá.
Esqueçamos esse som infernal,
E mergulhemos nas brumas da inconsciência!
Para quê ter ciência?
Ah, chegamos!
Viu? Sempre é tempo...
Quando nos abandonamos sem hora para voltar,
Sempre, sempre é Hora do Chá!
(Renata Nunes)
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