sexta-feira, 18 de março de 2016

Do Agreste ao Litoral.

Adormeci como quem arrefece,
Diante duma Saudade denominada
Agreste.
Numa angústia redobrada pelo tempo,
Tentei, desesperadamente, encontrar a razão do meu surreal desejo.
A ânsia febril que meu corpo revestia,
Desencarcerou uma alma intempestiva e sedenta,
À procura do alguém que há tempos
- noutro plano -
Encantadoramente, me seduzia. 
Em êxtase, notei que a distância não mais existia.
A sofreguidão nos desnudou e a excitação me transbordou.
Em tempos de seca,
Uma enxurrada só pode ser sinônimo de profusão!
A secura e esterilidade do Agreste
Deu lugar a campos florescendo,
A férteis corpos deslizando,
Num oceano de cobiça por beijos
Colados, custosos, chupados...
Nossos seios...
Peles coladas num mar de voluptuosidade,
Corpos insanos e incansáveis num deleite d'amor. 
Estou desvairada,
Fascinada por ter o prazer de viver você.
És meu contentamento,
Minha luxúria
E meu maior anseio.
A fruição do auge do desejo!
É indescritível existir em você,
Me jogar trêmula em teu abraço
E nos sentir regozijar
Neste supremo ato de desfrute do fluir
- Na verdadeira Arte de, em ti, Amar - 

(Renata Nunes)