quarta-feira, 30 de março de 2016

Beba-me!


Beba-me!
E mata tua sede d'amor.
Ou Coma-me!
Para satisfaz tua fome d'ardor...

Mas antes de escolher,
Pense sobre o que pode colher,
E se é capaz de suportar...
Ou, ao menos, ter força para peregrinar,
Caso contrário, pode se arrepender...

Entretanto, Não temas!
Posso destruir-te,
Consumir-te
E esbaldar-me em teu tremor.

Aconselho-te a não desperdiçar,
A absorver cada gotícula,
A aspirar todos os meus cheiros,
Na ganância do ter-me!

E, ainda, se for capaz,
COMA-ME e BEBA-ME!
Duma só vez.
Seja uma criancinha perspicaz,
Ou abstenha-se!
Sofro do imediatismo exacerbado,
Da cobiça descontrolada,
Da aflição arrebatadora d'alma,
Do, Agora, Eu quero TUDO ou nunca mais!
Vá em frente:
Lamba-me, Traga-me, Engole-me!
Apenas lembra-te:
Venha com a ânsia de me afrontar,
Dum Faz-me agonizar...
Ah, mas não esquece:
É, peremptoriamente proibido, se Apaixonar!



(Renata Nunes)