Pensei ter encontrado um caminho,
Uma forma de fazê-la ficar...
Mas eu estava enganada,
Meu destino havia sido traçado
- Sem tino, amaldiçoado -
O que me restou, senão, aceitar
A dor do Parto - Mais um Adeus...?
A dor do Parto - Mais um Adeus...?
Aos meus, reafirmo, grito, protesto:
Nasci ao avesso,
Não conheci a vida... À tempo!
Morri quando deveria viver.
Existir me serviria de quê?
Não conheci a vida... À tempo!
Morri quando deveria viver.
Existir me serviria de quê?
Tamanha ingratidão ou mera desilusão?
Não importa!
Meu primeiro grito de vida... Socorro!
Nasci Torta.
Abandonada por quem deveria me proteger,
Esculpi meu próprio castelo de (in)segurança.
Cuspi para os céus
Numa fortaleza erguida por todos os meus demônios!
A Criança descartada, desolada,
Consolada pela dor infinita dos Não Deuses,
Se isolou do mundo e se recusou a (com)viver
Neste alicerce de heterônimos:
Meus Não-Eus...
Eu?
"Quem és tu, criança? Qual o motivo deste infindável medo de crescer?"
Pensei ter encontrado um caminho,
Ainda que volitando em meu mundinho.
Pois, para quem sempre fugiu,
Não se permitiu e nada sentiu,
Sonhar com uma Vida poderia ser tudo.
Sim, poderia...
Caso eu não estivesse nadando em meio a sonhos falidos e irreais!
Fica fácil naufragar quando não há mais ninguém à bordo,
Principalmente se, diante de todo esse temporal,
Sonhar com uma Vida poderia ser tudo.
Sim, poderia...
Caso eu não estivesse nadando em meio a sonhos falidos e irreais!
Fica fácil naufragar quando não há mais ninguém à bordo,
Principalmente se, diante de todo esse temporal,
Eu não acordo,
Não me percebo,
Não me vejo.
Me permiti afogar em delírios incontidos, surreais...
Estremeci inteira.
Senti medo.
Foi bom sentir o relampejar do embrião da felicidade.
Me permiti afogar em delírios incontidos, surreais...
Estremeci inteira.
Senti medo.
Foi bom sentir o relampejar do embrião da felicidade.
Saudade tem nome a sussurrar!
À saudade
- Minha eterna ânsia de estar em Chamas -
Sopro desejo ao Ar,
Suspiro sem Terra,
Segredo ao Mar:
Eu me podei sozinha,
Eu me podei sozinha,
Cortei minhas próprias asas,
Criei este mundo paralelo e agora é necessário acordar!
Despertar significou me despedaçar,
Portanto, apaguei as luzes
E a treva estava à minha espera.
Criei este mundo paralelo e agora é necessário acordar!
Despertar significou me despedaçar,
Portanto, apaguei as luzes
E a treva estava à minha espera.
Me rendi, me deixei levar...
Andava tão exausta...
Sem força.
Minha vida nunca iria mudar!
Andava tão exausta...
Sem força.
Minha vida nunca iria mudar!
E eu caminharia, para todo o sempre,
Sozinha.
Sem cúmplices da minha dor,
Me permiti fluir no oceano das lembranças do nosso amor.
Imaginando estar irremediavelmente perdida
- Neste vazio profundo -
Avistei um pequeno ser:
Outra criança!
Tão destinada à solidão quanto eu...
Pequena presa, reclusa por vontade,
Aprisionada a tudo que não viveu.
- Quem és tu, criança? Qual o motivo deste infindável medo de crescer?
Deitei e fixei meus olhos nos teus.
Estávamos tão próximas na autodefesa,
Porém tão distantes por termos construído bolhas distintas...
Tive vontade de te tirar de onde estava,
Quis segurar tua mão para que sentisse a nossa conexão,
Com o fim de te fazer enxergar quão merecedoras da felicidade somos!
No entanto, eu precisava caminhar até você,
Sair do meu próprio mundo e me entregar ao desconhecido,
Meu destino...
Decidi encarar realidades para, enfim, renascer no teu olhar!
Como animal solto que se deleita na relva,
Vi na tua própria selva
A nossa Salvação!
Observando o teu mundo,
Fui capaz de ver estrelas!
Sorri para você...
Vamos brincar de constelar?
Sim, estávamos juntas
- embora distantes fisicamente -
Na tentativa de nossos medos encarar!
Me desarmei e te encorajei.
Até mesmo gritos se tornam inaudíveis
Para quem não está, ainda, disposto a acordar.
Mas entendi que o meu amor não podia tudo!
Você precisava caminhar em minha direção também.
Seguir para o Nós!
Compreendi que cada uma tem o seu tempo,
E foi neste momento que decidi te esperar...
Me superar para te reencontrar.
Olhei para um Eu distante,
Abracei aquela criança insegura,
A olhei e prometi que ela nunca estaria sozinha.
"A vida não te dá o que você quer mas o que você precisa para evoluir..."
Juntas, eu e minha criança, caminhamos.
Demos pequenos grandes passos!
Acolhendo a minha pequena,
Com todos os seus receios e defesas,
Fui capaz de te acolher também
- Exatamente como és -
Sendo grata,
Por sentir ser o nosso momento,
Nosso tempo de evoluir de mãos dadas!
O universo conspira ao nosso favor quando estamos abertas e dispostas a receber!
Eu te recebo,
Te honro,
Te amo e te aceito
- exatamente como és -
A partir de agora e para todo o sempre!
Obrigada por ser Você!
Pensei ter encontrado um caminho,
Uma forma de fazê-la ficar...
Mas eu estava enganada,
Pois você sempre esteve lá!
Meu destino havia sido traçado
- Pressentido, abençoado -
Exatamente ao teu lado eu escolho ficar!
O que me restou, senão, aceitar
A dor do Parto - Mais um Adeus...?
Nunca mais!
Só se for um pedido a Deus:
Que nos proteja,
Nos guie,
E Nos abençoe com esse amor
- amadurecido, sereno e apaixonado -
Até o fim dos tempos!
(Renata Nunes)